MANIFESTO POR UMA ARBORIZAÇÃO SUSTENTÁVEL II

parque da luz

Praticamente em seguida ao post com comentários sobre os números apresentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro  de mudas destinadas à arborização urbana para que, em seguida, a Prefeitura de São Paulo também fizesse o mesmo. Segundo notícias publicadas no jornal “O Estado de São Paulo” nesta segunda-feira (12/102009), a prefeitura paulistana pretende plantar 800.000 árvores na cidade entre 2009 e 2012. Segundo a matéria, será necessário o plantio de cerca de 200.000 mudas por ano. Como se pode ver – e repetir – trata-se de mais um “round” do campeonato de “espetamento de árvores” em curso. Em que se pese a seriedade da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, este blog já tinha antecipado os problemas – ainda que não restritos à cidade de São Paulo – que tal “arborização” em massa promove. Na matéria onde esta nova onda vegetativa é anunciada, aparece também o comentário do Engº Agrônomo João Carlos Pettan afirmando que falta na cidade um programa de arborização. Segundo ele, o último levantamento realizado pela Prefeitura de São Paulo em 2002, apontava para uma área de 760,1 km² de cobertura vegetal. Por outro lado as subprefeituras dizem não saber ao certo quantas árvores existem em suas regiões e quais as espécies e, por fim e o mais importante, afirma que a prefeitura não está preparada para cuidar da manutenção de 200.000 novas árvores por ano. Além do desconhecimento do universo das áreas verdes em São Paulo, destaca-se também a questão do desconhecimento do seu atual aspecto, da presença ou não de espécies arbustivas e ainda de equipamentos sociais. Como pode ser entendido, não basta realizar um campeonato de “espetamento” de árvores e sim um plano de manejo, sustentado e com qualidades paisagísticas adequadas a uma cidade com o porte e a importância de São Paulo. Engraçado, no século passado, faziam-se de parques coisas sérias e bonitas,  como ainda podem ser vistas no Parque da Luz. Será possível que estejamos condenados a desaprender sempre?

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